Fabaceae

Albizia glabripetala (H.S.Irwin) G.P.Lewis

Como citar:

Eduardo Fernandez; Mário Gomes. 2020. Albizia glabripetala (Fabaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

2.251,303 Km2

AOO:

24,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie ocorre na Guiana, Venezuela, Suriname e Brasil (Barneby e Grimes, 1996). No Brasil, ocorre nos seguintes estados: RORAIMA: Alto Alegre e Amajari.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Mário Gomes
Critério: B1ab(iii)+2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 25 m, não é endêmica do Brasil (Barneby e Grimes, 1996; Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Popularmente conhecida como angico, foi documentada em Floresta de Igapó e Savana Amazônica associadas a Amazônia nos estados do Amazonas, município de Amajari, e Roraima, município de Alto Alegre. Apresenta distribuição restrita, EOO=1819 km², AOO=24 km², duas situações de ameaça, considerando-se o distinto grau de perturbação ao qual os municípios se encontram, e presença em fitofisionomias severamente fragmentadas. As savanas associadas a Amazônia figuram entre os ecossistemas mais ameaçados da América do Sul, principalmente devido ao aumento da frequência de incêndios (Jarvis et al., 2010). Em média, 38% da área de savana em Roraima, por exemplo, queima anualmente, normalmente devido a incêndios de origem antrópica (Barbosa e Fearnside, 2005). Sabe-es que 13 milhões de hectares de floresta em pé queimaram em Roraima por causa do El Niño, que aumentou a inflamabilidade da Floresta e ampliou o risco de incêndios em cerca de 30 % da floresta amazônica (Moutinho, 2006). Além disso, não foi documentada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral. Infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat. Diante desse cenário, portanto, a espécie foi considerada Em Perigo (EN) de extinção novamente. Recomendam-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional, busca por novas localidades, inclusive em UCs) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.

Último avistamento: 1988
Quantidade de locations: 2
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como Em Perigo (EN) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 EN

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Leg. Ilha de Maracá 42. 1989. Popularmente conhecida como angico (Barneby e Grimes, 1996). É afim de A. niopoides, mas difere pelos frutos com valvas tardiamente segmentadas e pela sutura ventral não alada (Barneby e Grimes, 1996).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: A espécie não possui potencial valor econômico.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Igapó, Savana Amazônica
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 2.2 Moist Savana
Clone: no
Rebrotar: no
Detalhes: Árvores com até 18 m (Barneby e Grimes, 1996). A espécie ocorre na AMAZÔNIA, em Savana Amazônica e Floresta de Igapó.
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em Construção, 2020. Albizia. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio Janeiro. URL http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB82613 (acesso em 10 de março de 2020).
  2. Barneby, R.C. & Grimes, J.W., 1996. Silk tree, Guanacaste, Monkey’s earring: a generic system for the Synandrous Mimosaceae of the Americas. Part I. Abarema, Albizia, and Allies. Mem. N. Y. Bot. Gard. 74, 1–292.

Reprodução:

Detalhes: A espécie é hermafrodita, com sistema de reprodução desconhecido, iterópara, e barocórica. Foi coletada com flores: em janeiro e de setembro a dezembro; e com frutos: de fevereiro a abril e agosto.
Fenologia: flowering (Jan~undefined), fruiting (Fev~Apr), fruiting (Aug~Aug), undefined (undefined~undefined), flowering (Sep~Dec)
Síndrome de dispersão: barochory
Estratégia: iteropara
Sistema sexual: hermafrodita
Sistema: unkown

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat past,present,future regional very low
O município de Amajari com 2845595ha tem 0,61% de seu território (17504ha) transformado em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 12 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future regional very low
O município de Amajari com 2845595ha tem 0,009% de seu território (280ha) transformado em agricultura (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 12 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.2 Species disturbance 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat,occurrence,locality present,future regional very high
As savanas associadas a Amazônia figuram entre os ecossistemas mais ameaçados da América do Sul, principalmente devido ao aumento da frequência de incêndios (Jarvis et al., 2010). Em média, 38% da área de savana em Roraima, por exemplo, queima anualmente, normalmente devido a incêndios de origem antrópica (Barbosa e Fearnside, 2005). 13 milhões de hectares (130.000 km²) de floresta em pé queimaram no Estado de Roraima (Moutinho, 2006), por causa do El Niño, o aquecimento das águas superficiais do pacífico, que causam estiagem na Amazônia. O incêndio foi nomeado como o incêndio do século. A seca de 1998 aumentou a inflamabilidade da Floresta, em que 30 % da floresta amazônica ficou sob risco de incêndio. A combinação de paisagens fragmentadas, abundância de fontes de ignição (queimadas agrícolas) e ocorrência de El Niño intensos e frequentes representam uma das grandes ameaças à biodiversidade da Amazônia no futuro (Moutinho, 2006).
Referências:
  1. Barbosa, R.I., Fearnside, P.M., 2005. Fire frequency and area burned in the Roraima savannas of Brazilian Amazonia. For. Ecol. Manage. 204, 371–384. https://doi.org/10.1016/j.foreco.2004.09.011
  2. Moutinho, P, .Rocha, C.F. da, Bergallo, H.G., Sluys, M.V. et al., 2006. Biodiversidade e Mudança Climática sob um enfoque Amazônico. São Carlos, SP: RIMA.
  3. Jarvis, A., Touval, J.L., Schmitz, M.C., Sotomayor, L., Hyman, G.G., 2010. Assessment of threats to ecosystems in South America. J. Nat. Conserv. 18, 180–188. https://doi.org/10.1016/j.jnc.2009.08.003

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.4.1 International level on going
A espécie foi avaliada como Menos preocupante (LC) segundo a Lista vermelha IUCN (Contu, 2012).
Referências:
  1. Contu, S. 2012. Albizia glabripetala. The IUCN Red List of Threatened Species 2012: e.T36588A20004774. URL https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2012.RLTS.T36588A20004774.en (acesso em 03 de março de 2020).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na Estação Ecológica de Maracá (PI).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2013).
Referências:
  1. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2014. Portaria n. 443, de 17 de dezembro de 2014. Diário Oficial da União, 18/12/2014, Seção 1, p. 110-121. URL http://www.dados.gov.br/dataset/portaria_443 (acesso em 12 de março 2020).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.